domingo, 25 de dezembro de 2011

Sem parar

Eu não sei ao certo, mas acho que nunca sei o que quero... Me divirto com o improvável e me contento com o simples, mas ao mesmo tempo almejo algo grande, tenho o instinto de sempre querer mais, de ir além... de entender, de traduzir, de decifrar...

Eu sempre quero mais... e sem querer exijo demais. Me torturo assim, buscando sempre esse mais...

Deixo de acreditar no que é visível, não arrisco, nem me entrego. Fecho a cara, apresso o passo, e esqueço... do que era útil, essencial, do que estava ali...

E então eu corro, eu busco, eu procuro entender como cheguei até ali... volto a me divertir com o improvável e a me contentar com o simples, mas sempre almejo algo maior...

Ciclo vicioso... Inevitável!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Loucuras à parte, mas amor para toda vida

Quem nunca se viu perdido no meio de uma enxurrada de sentimentos? Quem nunca tentou se salvar de morrer sufocado pelo tanto que sentia? Amor, desejo, paixão... Quando se fala de sentimentos não há muito que se explicar, às vezes não há o que dizer, não há o que escrever... Fica-se atônito diante de tanto que o coração passa, de tanto que ele leva pelo nosso corpo, de tudo que ele demonstra no nosso olhar, na nossa fala, na nossa pele...

A paixão perpassa os nossos sentidos, a nossa alma. O amor nos constrói, nos arma, nos amadurece... Mas ambos nos enlouquecem...

Quem nunca perdeu o tino ou o senso de responsabilidade com uma paixão em demasia, daquelas que nos tornam qualquer pessoa, menos nós mesmas? Quem nunca amou intensamente a ponto de esquecer-se de quem se é, de perder o chão e o senso de direção?

Quem nunca se viu alucinado, fissurado num amor incontestável, palpável que nos leva ao paraíso. Quem nunca concluiu que teve como maior loucura na vida o fato de amar alguém... Quem nunca criou asas, se tornou imortal apenas por nutrir dentro de si esses sentimentos...

E quem se perdeu e enlouqueceu quando de repente esses sentimentos deixam de existir, ganham um fim nem sempre consensual... Quando essa loucura ganha força e o desespero vêm lhe fazer companhia...

Quem nunca chorou por perder um amor ou uma paixão?

A gente se debruça no travesseiro e o encharca de lágrimas, a gente revê fotos, relembra momentos, parece parar de respirar por alguns instantes... Se sente morto, incompleto, perdido... Acaba aquela vivacidade, aquela energia... A gente pára, repensa, espera o tempo passar...

E então se levanta. Segue. Volta a viver, mesmo com aquela sensação de estar incompleto. Mas não se preocupe. O amor, esse bandido, está pronto para nos assaltar e tomar posse do nosso coração em qualquer esquina, em qualquer novo sorriso ou qualquer velho abraço. E toda essa loucura volta a acontecer, essa intensidade nos toma o corpo e a gente volta a desejar que ela dure para sempre...

(Mais uma sugestão de tema que deu certo, ou quase... )

domingo, 27 de novembro de 2011

(Des)equilíbrio

Gente certinha demais sempre me incomodou... Sabe, gente que tem todas as respostas, que parece nunca errar, que sempre está bem, que sabe o que dizer...

Para ser mais sincera gente certinha demais sempre me deu medo... Parece que elas não vivem... Sempre tem o cabelo arrumadinho, a roupa impecável, os sapatos então são dar inveja em qualquer um...

Que são metodicamente organizadas, que nunca perdem o ônibus ou a hora, um número de telefone, não esquecem uma data sequer...

Sabe, tenho a sensação de que elas nunca derramaram molho de tomate na camiseta branca enquanto comiam macarrão, de que nunca tropeçaram no meio da rua e morreram de vergonha...

Parece que nunca tomaram um porre, que nunca choraram no ombro da primeira pessoa que lhes abraçou quando estavam sufocados por qualquer tristeza... Na verdade até desconfio se algum dia sentiram agonia ou tristeza...

Tenho medo de gente certinha que não sabe rir de si mesmo... Não acredito em gente que não arrisca roubar um beijo ou roubar uma flor de qualquer jardim para agradar alguém.... De quem nunca teve medo de escuro, que nunca teve insônia e que nunca tentou a sorte na loteria...

Tenho medo de quem não chora na frente dos outros, tenho medo de quem nem sequer chora escondido... Tenho medo de gente que vive um dia perfeito todo dia, como se não houvesse cobrança, dívidas, pressão ou TPM... Tenho medo de gente que não explode, que não xinga, que nunca perdeu as estribeiras...

Tenho medo ( e desconfio eternamente) de quem não sabe olhar nos olhos, mas tem o discurso decorado para todos os momentos, como se entendessem como você se sente. Tenho medo de gente que nunca sofreu por uma amor ou teve uma paixonite aguda... Desconfio de gente que nunca levou um fora ou levou um chifre...

Mas como alguém pode lhe dizer o que fazer se ela mesma parece nunca ter sentido algo parecido? Como ela pode te ajudar quando parece que ela mesma não sabe o que fala? Pra que serve um discurso perfeito se falta o sentimento, a vivência....

Alguns podem dizer que tenho aversão (ou até inveja) de gente que é vista como equilibrada... Mas como alguém pode ser equilibrada se viver é um eterno desequilíbrio?

Desculpa, mas pra mim a vida não é um caminho reto... ele é tortuoso, cheio de curvas, pontes mal cuidadas... Caminho no qual nós tropeçamos e caímos, mas que às vezes também nos proporciona trechos de caminhada suave, sem nenhum transtorno...

Por isso tenho tanto medo de gente equilibrada, certinha ao extremo! Como elas podem saber o que dizer a alguém desequilibrada como eu? Ou melhor, como elas podem no seu equilíbrio e perfeição extrema, entender a minha imperfeição e meu eterno desequilíbrio?


* Gente eu voltei!!! (Todas vibra...\o/... hahaha) Logo mais texto... =D

domingo, 11 de setembro de 2011

O Criador de Si

Naquele dia ele desceu as escadas lentamente, meio desconfiado, mas sabia o que ia buscar. E naturalmente ele se trajava mau, mas naquele dia não… não naquele dia.

Desceu as escadas, fumando e com uma xícara fumegante de café puro preto com pouco açúcar. Dizia que o açúcar o deixava agitado. Algumas pessoas diziam que era por conta das incontáveis doses de café durante todo o dia. Mas ele insistia... era o açúcar.

Pegou o jornal, olhou em volta, deu uma última tragada, tomou de um único gole o resto do café e voltou correndo pelas escadas. Fechou a porta rapidamente, trancou-a, encostou-se nela de costas e, num suspiro de alívio, começou a rir. Reclinou-se até o chão, sentou com as pernas bem juntas, com os joelhos à altura dos olhos e começou a chorar.

As horas avançavam. O dia acontecia fora das paredes da sua casa, mas ele não podia sair. Não queria, na verdade. E ficava em casa, vagando de um cômodo para outro, verificando se as janelas estavam bem trancadas, se as cortinas deixavam espaço para que alguém, lá fora, verificasse o seu interior.

Abriu o jornal pacificamente. Antes, embebeu um pano velho em álcool, passou por todo o plástico que protegia o jornal e, de luvas, retirou o saco. Com a mesma rapidez que se moveu até o lixo, arrancou as luvas pelo avesso, embolou-as e atirou na churrasqueira que ardia em brasa.

O jornal era do dia anterior, mas pra ele não era um problema. Já não sabia que dia da semana estava, sequer sabia o dia do mês. Quando abriu, viu a imagem de guerras, bombas explodindo, pessoas atirando e a manchete em letras garrafais dizendo que, o Oriente Médio estava pondo-se em pé para guerras e batalhas contra os Estados Unidos. Logicamente não nestas palavras, porém a idéia que ele teve fora exatamente esta. De que o Oriente Médio estava pronto para agir.

Estava ansioso para ver qual seria a manchete do próximo dia, se de fato a guerra eclodiu ou não. Sentava-se contraído na poltrona da sala escura, roçava as mãos nas pernas impacientemente, verificava a todo instante a movimentação na rua pelo olho-mágico da porta de entrada. A cada passo verificava as janelas e as cortinas. Alguém vai entrar, alguém vai entrar. Alguém vai entrar e acabar com tudo. Desta vez vai acabar com tudo. Alguém vai entrar. Pensava ele, sussurrando meias palavras, mexendo debilmente os lábios, andando de um lado para o outro da sala, fumando o seu cigarro.

O café esfriava na xícara e ele tomava-o de goles rápidos, enxendo a boca e engolindo sem sequer saborear o café requentado. O cheiro de café e cigarro pela casa espalhava-se numa mansidão tão contrária à agitação do rapaz.

Olhou pelo olho-mágico novamente. Viu alguém atravessando a rua para caminhar pela calçada do seu lado da rua. Ficou apavorado. É agora, é agora. Estão vindo. É agora. E o que eu faço agora? Oh céus, e agora? Acendeu outro cigarro, fumou abstinadamente como se seu filho estivesse nascendo naquele momento. Correu para o quarto no segundo andar. Pelas escadas, tropeços e tombos eram corriqueiros. As canelas já marcavam várias manchas roxas pelas batidas. Correu para o quarto, trancou a porta, empurrou a cama em frente à porta e começou a gritar.

De repente silêncio. Respiração ofegante, coração acelerado, suor frio, cigarros e mais cigarros. Ouviu a porta da sala se abrir vagarosamente. Seu coração parou por um segundo e voltou a bater com a força de um machado partindo cavacos e toras. Passos. Passos pela sala. Imaginou se a pessoa que entrava tinha, pelo menos, limpado os sapatos. Limpara a casa pela manhã e não iria ficar nada contente se estivesse com sapatos sujos.

Os passos avançavam vacilantes como passos à procura de algo. Passos que não sabe exatamente pra onde vão, mas que seguem à frente. E ele no quarto, desesperado, tendo a sensação de estar sendo vítima de uma parada cardíaca. Imaginou que, se tivesse um aneurisma, ele certamente explodiria seu cérebro naquele momento.

Ele está subindo, está subindo, e agora, meu deus, o que faço? Ele está subindo. Afinal, quem deverá ser, meu santo? Está vindo e eu sei que desta vez fará o que tem de fazer. Ele irá me matar. E está vindo, está subindo as escadas. Pensava e gemia enquanto ouvia os passos subirem as escadas ainda muito calmamente.

Estava tendo uma reação de extrema descarga de adrenalina. Já não conseguia conter seus pensamentos, a respiração cada vez mais acelerada, cada vez mais apressada, cada vez mais curta. Começava a faltar oxigêncio em seu sangue que irrigava o cérebro com um possível aneurisma. Tontura, vertigem, sensação de desmaio, sentia de tudo naquele momento. E os passos avançavam.

Começou a ficar com cada vez mais medo daqueles passos desconhecidos. E eles vinham em sua direção enquanto ele dava um passo pra trás cada vez que ouvia o sujeito dar um passo à frente. Decidiu. Ainda desesperado e ansioso, mas a decisão fora tomada.

Os passos vinham pelo corredor e ele cada vez mais amedrontado. Será que irá conseguir empurrar a cama? Mas a porta está trancada, terá que arrombá-la. E empurrou também o seu armário velho de bugigangas prensando a cama contra a porta.

Apressou-se em pegar caneta e papel e começou a escrever. Relatou o ocorrido, com detalhes minuciosos e os motivos de tudo que aconteceu. Escreveu também à mãe, ao pai, aos dois amigos que sempre o socorriam com dinheiro e comida e à vizinha que pagava o gás. Escreveu sobre as pessoas que andavam rondando sua casa e do porquê o rondavam. E despediu-se brevemente, sem rodeios, nem afetos, apenas se despediu.

Os passos continuavam em direção ao quarto enquanto ele terminava de rabiscar as folhas e de repente parou. Ouviu-se pássaros alçarem vôo, cães latirem e o silêncio cósmico na penumbra do quarto. Os passos não voltaram, não seguiram em frente, apenas cessaram com o disparo da arma. Não pararam porque o medo os invadiu; pararam porque seu inventor sumiu. Pararam porque já não tinham para onde ir, nem a quem buscar. Já não havia mais quarto, porta ou alguém a quem invadir.

Surgiram do além e esvaiu-se com a mesma rapidez que a vida se esvanesceu naquele quarto. Ele perseguia a ele mesmo. Ele inventava, ele criava e convencia-se de que não eram invenções, tampouco criações dele mesmo. Era pessoas reais, na sua realidade. Eram pessoas que o cercavam, que o rondavam, que o perseguiam. Mas tudo acontecia apenas no seu micro-mundo de forma que, das janelas, não se via o além-mar. E a luz do dia já não era vista, senão quando ele saia pra buscar o jornal que agora irá se acumular por dias nas escadas da sua casa. E a sua casa não será aberta, não terá ninguém que a vigie, tampouco alguém que escore as portas com cimento e tijolos. Não haverá mais ninguém.

Naquele dia ele sabia o que estava por vir. Sabia que a guerra do Oriente Médio iria eclodir e sabia que seria declarada por ele próprio. Aliás, nem sabia, ou não queria lembrar, mas a guerra havia sido declarada há muito, muito tempo atrás. Contra ele mesmo. E sabia que naquele dia ele precisaria estar bem trajado, bem apresentável, de forma respeitosa e elegante, para que, no mínimo, pudesse causar uma boa impressão. Uma boa impressão seja lá pra quem for. Embora soubesse quem iria vir buscá-lo mais tarde.

Daquele momento em diante, toda a névoa de perseguição que pairava sobre ele também sumiu com o tiro. A vida escoou e não houve tempo para represá-la. Não houve sequer tentativas de reparos. O tiro foi a redenção. Antes tomado pelas próprias mãos a ser tomado pelas mãos do outro. Mas era um outro que era sua própria extensão. Uma extensão inexistente. Mas um inexistente que existia, decerto.

E tudo acabou naquele momento. No momento do disparo. No momento que o cão latia sem saber porque. No mesmo momento que o pássaro assustado voou para longe. No mesmo momento que os passos voltaram para a velha e pequena caixa de surpresas.

(Mateus Guedes)

Incompletude

De repente era um vazio. Era dolorido. Todas as suas idéias, planos, sonhos simplesmente perderam o sentido. Havia perdido as forças. Havia perdido a coragem. Olhava no espelho e questionava quem era aquele reflexo, que não tinha mais vida. Buscava entender algo que não sabia, procurava por algo que talvez nunca existisse, desejava algo que talvez nunca possuísse. E assim se perdia pelos espaços, tropeçava na sua própria dor, dia após dia...

Às vezes algo ameaçava lhe trazer de volta o sorriso, mas já não era tão fácil de convencê-la de que era possível sorrir, de que a felicidade ainda existia. Era difícil entender que ainda havia alguma possibilidade, em algum lugar, em algum momento. De que ainda havia uma saída.

Tudo era frio e sombrio demais. Tinha a sensação de que todos a olhavam com raiva ou com desconforto, como se fosse qualquer pessoa. E por dentro apenas gritava: Sou eu! De alguma forma eu ainda estou aqui...

Esperava que alguém escutasse seu lamento, sentisse sua dor e então a resgatasse desse frio e sombrio mundo em que vivia. Implorava em silêncio por ajuda, porque não suportava mais. Mas para lhe entender era preciso olhar nos seus olhos e estender a mão. Era apenas lhe dar carinho e assim então, desfazer a muralha na qual se transformara.

E quantos passaram, quantos a olharam? Quantos a acolheram, quantos a amaram? Quem se atreveria a entender aquela então muralha, dona de si mesmo, que parecia mandar e desmandar em seu próprio mundo? Quem se atreveria a dizer que aquela que raramente esboçava um sorriso sincero, tinha seu coração e sua alma desfeita em milhares de pedaços? Esperava por quem a trouxesse de volta. Alguém que a abraçasse e não dissesse mais nada. Apenas a abraçasse.

(Cíntia Synderski, com título de Mateus Guedes.)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Em Obras...


Às vezes a gente precisa parar, (re) pensar e determinar o que se quer...
Às vezes se faz necessário eliminar, apagar, recortar...
Às vezes é preciso encontrar um novo caminho e deixar para trás o que não compensa levar com a gente, o que já não vale a pena lembrar, o que não faz mais parte de nós...

(Cíntia Synderski)


* O blog sempre me acompanhou e assim como eu ele está em reformulação e por isso a ausência de postagens por alguns meses, mas estamos voltando... Aguardem!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Audiência com Santo Antonio


Depois de mais um dia dos namorados sozinha, Maria decidiu que queria uma audiência com aquele denominado de santo casamenteiro. Na data marcada, foi até aquele que considerava o culpado de tudo e como uma louca esbravejava:

- Mas eu pedi um namorado!

E o santo retrucava:

- Mas eu te enviei mais de vinte pretendentes em menos de um ano

- 20?! Hahaha... 20 que não prestam!

- Não prestam?

- É não prestam!

- Mas por quê?

- Porque sempre há algo que não dá certo, sabe santinho... Não rola aquela química, entende?

- Aham, química, sei... Mas eu sempre mandei o que você pedia: alto, atlético, inteligente, cheiroso, carinhoso e todo aquele blá-blá-blá que você diz sempre...

- Blá- blá- blá?! Você é muito atrevido...

- Eu?! Você me pediu e eu te enviei o João...

- Ele não sabia dirigir!

- E o José?

- Não sabia cozinhar!

- Ernesto?

- Velho demais....

- Davi?

- Novo demais...

- Cristovão?

- Lindo, mas tinha mania de me corrigir!

- Silvio?

- Não era bom o suficiente “naquilo”...

-“Naquilo”?

- Ih, isso é coisa que santo não sabe...

- Ai esses humanos... Mas e o Timóteo?

- Ah só sabia me dizer que me amava e que eu era linda, sabe era enjoativo demais...

- Mas espera ai, que tipo de homem você quer?

- O homem perfeito!

- Perfeito?! Xi, isso não posso te dar...

- Mas como não? Afinal você é o santo casamenteiro! Eu já te coloquei de cabeça para baixo, já te mergulhei na água, na farinha, já engordei quilos te procurando em um bolo, já roubei Jesus do seu colo e você me diz que não pode me dar o homem perfeito?

- É...

- Mas por quê?

- Porque o homem perfeito não existe!

- Não? Como assim?

- Não existe e mesmo que existisse ele não..., o santo respirou fundo deixando Maria ainda mais agoniada.

- Ele não?

- Ele não te suportaria com tantas exigências... E agora acabou essa audiência, vai em paz minha filha!

- Espera ai... Como assim? Volta aqui seu santinho abusado... Ei, eu estou falando com você... Volta...


Moral da História: Não exija a perfeição de alguém quando você próprio não a possui.


( Cíntia Synderski)


sexta-feira, 10 de junho de 2011

O feliz dia dos (sem) namorados...

*Esse texto foi publicado ano passado em um portal no qual eu tinha uma coluna

Para mim (e para milhares de pessoas) sábado foi um dia normal... Um dia comum onde a gente tenta descansar, se prepara e se organiza para o domingo. Mas nesse último sábado havia algo diferente no ar : era dia dos namorados. Bastou lembrar isso para eu não querer sair da cama (além do frio que me fazia atrasar cada vez mais meu “pulo” para fora das cobertas).Eu só pensei: e eu aqui solteira...(rs)

Levantei rindo da minha própria bobice, mentalizei um “Bom dia, dia!”, troquei rapidamente de roupa e dei seqüência normal ao meu sábado, mas o meu diferencial do dia se resume em uma frase que escutei por aí: “Se o dia é dos namorados, a noite é dos solteiros!” Aproveitei o dia festivo, cortei os cabelos, pintei as unhas, caprichei na roupa e na maquiagem, subi no salto e com as melhoras companhias que alguém pode ter, me joguei na nigth. Isso com o simples objetivo de me divertir! Dancei, ri, conversei, vi gente diferente, ri mais um pouco (e pelos mais variados motivos). Cheguei em casa de madrugada, rindo das situações diversas, cansada, pés doloridos e feliz...

E fiquei pensando no que havia (com o perdão da redundância) pensado pela manhã e cheguei à conclusão de que eu havia tido um feliz dia dos namorados sem um. Nada contra quem tem um ‘parzinho’, mas eu acho que não tenho tanta sorte assim e sei que não sou a única. Aliás, essa é a principal vantagem: saber que você está sozinha sem estar sozinha, que há mais pessoas na mesma situação que você. E isso acaba se tornando ainda mais engraçado e mais leve.

Poderia escrever sobre várias facetas que envolvem o dia dos namorados, sentimentos, relacionamentos, mas acredito que cada um tem a sua hora de encontrar alguém, de achar seu parzinho, ou como diz a minha mãe de “encontrar a tampa da sua panela.” O dia dos namorados é apenas pretexto talvez para os casais lembrarem que são casais e os solteiros que são livres. Mas não há motivo para tristeza ou desdém, cada um sabe a sua hora, sente quando é a pessoa certa... Basta apenas viver e entregar o coração aos encantos do destino...

(Cíntia Synderski)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Para pensar...

Hoje fiquei pensando se a palavra solitário existe realmente... Por mais que tenhamos várias pessoas a nossa volta, não enxergamos absolutamente nada... Parece que a escuridão toma conta de nossas decisões, nossas palavras, atos, nossas VIDAS... Ai parei e fiquei pensando como um HUMANO que falha e que como os outros, precisa de coisas do mundo para viver... Só que no fundo minha ALMA SORRIA PORQUE ELA ENXERGAVA JESUS QUE ESTAVA AO MEU LADO e via que não estava sozinho.. FALANDO AO MEU OUVIDO PRA MIM NÃO TEMER E QUE SÓ PRECISO DELE... E a palavra solitário, deixa pro dicionário...

(Lucas Botta)


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ilusão: o primeiro de todos os prazeres

Às vezes num instante, num momento de distração, os olhos se encontram e então uma espécie de magia começa, que de tão intensa parece surreal.

Parece ter o movimento exato, o sorriso encantador e a alma leve. Parece brincar com a vida ao convidá-la para entrar naquela espécie de dança mágica e entorpecente.

É encantador quando num primeiro olhar, é perfeito ao toque.

Mexe com todos os sentidos, e te devora sem nem mesmo encostar a boca na sua.

Chega mais perto e assim deixa sentir seu perfume, mistura suas cores e você se torna peça de uma cena da qual você não tem o roteiro e não faz idéia de quem é aquele que te encanta...

Desconhece o passado, os medos, erros e acertos daquele que deixa o teu coração acelerado e a respiração ofegante... que faz com que você perca os sentidos, a razão e, por mais que você lute e ainda tenha consciência de que deve se manter imutável e firme, você não resiste e então - num breve momento de lucidez - percebe que já não se pertence mais...

Tudo te envolve: o jeito, o cheiro, os olhos, a forma como te pega pela cintura e te abraça, principalmente se a noite é fria... Eles exercem um fascínio e um domínio impossíveis de controlar, de deter... Você se torna pequena e frágil diante de tanto poder mas a sensação é agradável demais... e você não consegue resistir a extremo e ilusório fascínio.

Aquela sensação de por alguns instantes não se pertencer, de acreditar que tudo se resume naquela ocasião, de que por um momento não se é humano e assim se tornar perfeito, é fonte de satisfação e até de plenitude, mesmo que apenas por um momento...

É aquela doce ilusão, que adoça a vida, amolece o coração e cega os olhos...

Aquela que às vezes nos leva a beira do precipício, mas às vezes nos faz chegar e entender o que é o paraíso...

Aquela, que muitas vezes é ilusão excessiva, e que arrasta o coração sem pena e você desesperado parte em busca de nova ilusão que te cause o mesmo frisson, o mesmo prazer... Mas se você é uma pessoa de sorte, tal ilusão se torna eterna, plena, constante e mais real do que você poderia supor... Mas como descobrir se esse deslumbramento é palpável e real ou até onde ele é apenas um sonho um truque sacana disso que entendemos por destino?

(Cíntia Synderski)

*Dedicado a Danillo, que me indicou o tema. =)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Doce (im)perfeição

Perfeição sempre foi minha procura. Em tudo e em todos era ela que eu procurava. Nada me importava, eu apenas queria a perfeição. Eu queria ser perfeita, a todos os olhos e todos os gostos. Sempre procurando e me escondendo de quem eu realmente era. Eu era uma perfeição fajuta. Quando me dei conta, eu havia me perdido de quem eu era e do que eu realmente buscava. Criei obstáculos sem ter como ultrapassá-los. Criei uma vida que não me pertencia.

E então eu retornei para buscar o meu caminho e reescrever minha história. Apesar de ser cobrada a ser perfeita eu passei a entender que ela vem com o tempo e com o que aprendemos... Vivemos experiências e com o tempo nos tornamos perfeitos para aconselhar, escutar e ensinar... Tornamos-nos perfeitos para entender e perdoar... Tornamos-nos perfeitos para amar e nos aceitar e descobrimos que a nossa perfeição está em nós mesmos, em nos aceitar como somos... Perfeição é assumir quem se é e não ter medo disso... Sem mais nem menos, ser você mesmo em sua perfeição pura.

É deixar de lado o que lhe é imposto. é aceitar o que o coração pode suportar. É errar inúmeras vezes. É deixar de lado o que incomoda. É respirar ar puro e sorrir todas as manhãs. A perfeição está dentro da gente. Está no que conquistamos e no que nos faz seres insubstituíveis e únicos.

(Cíntia Synderski)


*Depois de assistir esse vídeo não tinha como não me inspirar... Vale a pena ler a tradução também...