segunda-feira, 22 de março de 2010

Ciranda – cirandinha...

(indagações sobre um fato que precisa ser discutido)

E quando eu decidir afinal que você é meu? Qual vai ser sua posição, seu julgamento... Qual será a sua palavra final?
A curiosidade me instiga toda vez que penso em tal possibilidade e confesso: tal sentimento é delicioso.

Delicioso como as palavras que percorrem nossas conversas cheias de verdades encobertas, mentiras discretas, sentimentos revelados e encarados com inocência (ou não). Suave como o vento que atravessa meu quarto e me traz a sensação de mãos pelo meu corpo...

Conversas de duplos, triplos sentidos... Mas qual é a verdade? Onde está a real verdade?

Será que realmente você adora meus trejeitos de menina sapeca com uma pitada de mulher inconformada e sedutora? Ou será que sou eu quem se derrete com teu jeito hard de menino brincalhão e extremamente carente?

Talvez sejamos duas crianças que gostam de brincar com fogo: elas não sossegam até se queimarem ou talvez sejamos duas crianças curiosas demais a procura da resposta a uma pergunta que não cala ou ainda talvez a gente seja tão criança a ponto de brincar com o que a gente sente, sem ao menos nos ferir, fazendo isso apenas por impulso ou inocência...

Mas e quando um de nós decidir que acabou essa história e que de agora em diante precisamos encarar que isso não é uma brincadeira e que um sentimento (que não sei exatamente qual é) existe e que precisamos tomar uma posição... Como vai ser?

Será que olharemos nos olhos e diremos o que realmente pensamos e queremos ou vamos nos abraçar e rir como duas crianças que acabam de aprontar mais uma?
(Cíntia Synderski)

sábado, 6 de março de 2010

Flores pelo chão

Vou sem olhar pra trás, sem dizer adeus... Vou sem despedida, sem lágrimas, sem sorrisos, nem abraços...

Vou através da escuridão e a passos lentos busco outro rumo, outra saída, outro porque...

Deixo tudo para trás... As coisas que fiz, os sentimentos que despertei, os erros que cometi...

Vou em direção ao horizonte, sem parar, sem pensar, sem relutar

Apenas sigo como a canção que toca no rádio, como o vento que corre sem destino

Eu me vou...

Eu me perco...

Eu me encontro...

Eu não deixo rastros, não marco o caminho... Eu não quero mais voltar...

Eu apago a minha memória, eu esvazio minha mente e eu sigo...

Passo por pedras, caminho pela terra, piso nas flores caídas sem vida no chão...

E assim eu sigo... Forte, decidida e cansada...

Cansada das lutas em vão, das vontades reprimidas, dos desejos enjaulados...

Eu fujo do que eu sinto e tomo outra forma... Deixo o que eu sou e me renovo...

Dispo-me das minhas manias, das minhas vontades, do meu ego...

Eu me reescrevo, me reinvento, me desconheço...

Eu corro pra longe...

Eu fujo...

Eu sumo...

Eu desisto...

Eu busco...

Alento, desejo, sentimentos...

Eu esqueço...
(Cíntia Synderski)
Foto: Denise Moletta