Ela chega de mansinho e se
instala pelos cantos da casa, pelas almofadas, se esconde nas gavetas e deita
no meu sofá. Sorrateiramente, invade meu quarto, se aconchega em minhas
cobertas e quando menos espera passa a habitar meu sonhos e a minha vida.
Ela chega principalmente em
dias frios e cinzas ou quando uma música toca no rádio. Ela se faz presente nas
lembranças que de repente vem a mente, num cheiro doce ou em uma palavra.
E ela vai tomando jeito,
forma, corpo... por mais que a gente tente esconde-la e jogá-la no fundo de qualquer
gaveta, uma hora ou outra, ela foge e não temos controle.
É ela, essa tal de saudade,
que cria vida e então começa a acompanhar o passo acelerado, as noites de
insônia, torna insuportável o tic-tac do relógio, torna o virar das folhas do
calendário a mais dolorida espera.
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