sábado, 9 de junho de 2012

Companhia


Ela chega de mansinho e se instala pelos cantos da casa, pelas almofadas, se esconde nas gavetas e deita no meu sofá. Sorrateiramente, invade meu quarto, se aconchega em minhas cobertas e quando menos espera passa a habitar meu sonhos e a minha vida.
Ela chega principalmente em dias frios e cinzas ou quando uma música toca no rádio. Ela se faz presente nas lembranças que de repente vem a mente, num cheiro doce ou em uma palavra.

E ela vai tomando jeito, forma, corpo... por mais que a gente tente esconde-la e jogá-la no fundo de qualquer gaveta, uma hora ou outra, ela foge e não temos controle.

É ela, essa tal de saudade, que cria vida e então começa a acompanhar o passo acelerado, as noites de insônia, torna insuportável o tic-tac do relógio, torna o virar das folhas do calendário a mais dolorida espera.

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