terça-feira, 12 de junho de 2012

O dia dos (sem) namorados – versão 2012


Dia dos namorados... tá aí um dia que eu gosto no ano. E não, eu não estou namorando. Aposto que já tem alguns me chamando de louca por ai, mas eu explico... Eu gosto do dia dos namorados porque mesmo solteira tem um prato mais elaborado e um bom vinho para o jantar. E tem até presentinho. Comprei com carinho e mandei embrulhar no pacote mais bonito. Saí sorridente da loja, confiante de que comprei o presente certo.

Fiz questão de passar no mercado, e independente do valor da minha conta bancária, eu comprei bons ingredientes para o prato especial da noite. E o vinho também, é claro. Fiz questão de procurar uma receita diferente e de preparar eu mesma o jantar.

Tomei banho, fiquei linda, e servi a comida, em uma mesa arrumada e com velas, além daquela playlist que eu tanto gosto. Me deliciei com o jantar, pensei um pouco na vida, ri da minha bobeira, terminei a noite na sacada, sentindo o vento frio e degustando uma última taça de vinho e na melhor companhia que eu tenho e que de certa forma eu amo.

Estive na companhia de alguém que eu aprendi a compreender, a respeitar e a entender... com a companhia que, atualmente, mais merece minha atenção e meu cuidado. Minha melhor companhia sou eu mesma. E solteiros desse mundo não venham dizer que isso é chato. Pelo contrário, prefiro a minha companhia a ficar chorando agarrada num pote de brigadeiro, de tomar um porre estrondoso e não lembrar de nada no outro dia, de chorar pelo ex  que as vezes não é tão ex assim, ou por aquele canalha que não te assume.

Vamos assumir solteiros desse mundo: nós também queremos um parzinho. Na verdade é do ser humano desejar um par para ficar até o fim de suas vidas, ter filhos, uma casa e um sorriso ao acordar. A diferença está em como agimos em relação a solteirice. Tem gente que se descabela, joga para todos os lados, porque não se vê sozinho e se amarra no primeiro que aparece... Tem gente que convive com aquelas tias que perguntam quando vai desencalhar... tem gente que chega a duvidar da sexualidade da pessoa, e tem tanta coisa.

A diferença está em como se encara isso, e principalmente, em como se convive com a solteirice no dia dos namorados onde o amor parece surgir de todos os lados, acompanhados de casais apaixonados e sorridentes pela rua que parecem mais é esfregar na sua cara que eles sim, é que são felizes... Por isso, para se evitar qualquer constrangimento desnecessário, eu prefiro ficar em casa, acompanhada da minha consciência, exercendo o amor por mim mesma, aquele que chamam de amor próprio, até o dia eu que eu encontre alguém que queira me amar mais do que eu mesma...Só por hoje eu deixo os namorados aproveitarem o seu dia, enquanto eu aproveito os outros 364 do ano... Ah, e quanto ao presente, só posso dizer que aquela bolsa que eu namorei por semanas na vitrine daquela loja, hoje está andando nos meus braços...

Feliz dia dos namorados!

*Foto antiga, taça vazia, mas mesmo assim um brinde a esse dia dos namorados... e que venham muitos dias assim ainda! (rs)


sábado, 9 de junho de 2012

Companhia


Ela chega de mansinho e se instala pelos cantos da casa, pelas almofadas, se esconde nas gavetas e deita no meu sofá. Sorrateiramente, invade meu quarto, se aconchega em minhas cobertas e quando menos espera passa a habitar meu sonhos e a minha vida.
Ela chega principalmente em dias frios e cinzas ou quando uma música toca no rádio. Ela se faz presente nas lembranças que de repente vem a mente, num cheiro doce ou em uma palavra.

E ela vai tomando jeito, forma, corpo... por mais que a gente tente esconde-la e jogá-la no fundo de qualquer gaveta, uma hora ou outra, ela foge e não temos controle.

É ela, essa tal de saudade, que cria vida e então começa a acompanhar o passo acelerado, as noites de insônia, torna insuportável o tic-tac do relógio, torna o virar das folhas do calendário a mais dolorida espera.

domingo, 3 de junho de 2012

Culpa?


De fato a culpa é dela. É dela, por sempre acreditar que ele merece uma segunda chance... as vezes uma terceira ou uma quarta.
Ela é culpada por não saber, e nem conseguir dizer não... De pedir para ele ir embora, para nunca mais procura-la, nem ligar, e em menos de cinco minutos ela já esta ligando para ele, pedindo milhões de desculpas pelo que disse.
Ela é culpada pela sua consciência que lhe diz que ele não é homem para ela, isso além das suas amigas e da família que sempre dizem e repetem que ele não serve para ela, e que ela é mulher demais para aquele homem.

E adianta?

Ela continua se mantendo forçadamente ao lado dele... Ela se mantém ali para quando ele quiser. Podem falar o que quizer, podem dizer que ela é um capacho, uma boba, uma idiota.

E talvez ela realmente seja.

Ou talvez não.

Talvez ela se culpe, absurdamente por tudo o que sente, mas o problema é que ela nunca lhe disse... ela nunca lhe olhou nos olhos e contou da vontade imensa que tem em apenas envelhecer ao lado dele, em estar por ali dividindo tantas histórias e descobertas, o de quanto ela acha ele um perfeito idiota quando faz ela rir da maneira boba como age, e talvez ela nunca tenha dito o quanto ela adora o seu beijo e ainda mais do seu abraço.

Talvez apenas o problema seja esse: ela nunca abriu seu coração, ela nunca lhe disse do sentimento que lhe sufoca, e ela apenas se defendeu até agora. Defendeu-se daquele que ela mais deseja.

E então há culpa nisso ou há apenas um erro?