quinta-feira, 29 de julho de 2010

Inocência

Ei... Silêncio! Cuidado para não acordá-lo...
Ele tem um sono doce e às vezes até sorri...
Queria às vezes saber o que sonha, pois o seu sorriso me diz que esses sonhos são doces e carinhosos... São amáveis...
Por favor, ande a passos curtos e lentos, ou se puder, voe... Tudo para não atrapalhar o seu descanso gostoso...
É tudo tão tranqüilo... A feição, as mãozinhas juntas... O jeito como respira e a forma como se deita...
Por isso, por favor, faça silêncio... Pois não quero que ele acorde!
Me deixe ser agraciada por essa tranqüilidade que não possuo mais...
Por favor, me deixa aproveitar! Faça silêncio, pois tem um anjo dormindo bem pertinho de mim...

(Cíntia Synderski)



* Texto dedicado a todos os anjos, como o da foto...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eu precisava dividir isso com vocês... é uma frase que está na exposição do artista Guayasamin no Museu Oscar Niemeyer (MON) em Curitiba... Apesar de ter inúmeros quadros eu acabei me apaixonando pelas palavras... Destino?!


Ahh, quem estiver ou for para Curitiba vale a pena visitar... São 98 obras que ficam expostas até 26 de setembro... Fica a dica!


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Me deixa...

... Eu to saindo, me libertando de mim mesma!
Me larga e deixa eu andar descompassada, com os pés descalços...
... Eu quero gargalhar sem ser repreendida, e vestir qualquer roupa sem ter que encarar contra-elogios...
Me deixa...
... Cantarolar pela rua, encarar a lua e ir dormir quando o sol nascer...
... Atrasar as minhas contas, os meus horários...
... mudar os meus clichês, meus cabelos...
... por os pingos nos “is”, escrever sem respeitar a gramática ( e a lógica)...
Deixa eu me encontrar...
Deixa eu me divertir com quem eu mesma criei... Olhar para minha outra e rir, porque agora eu me (re) encontrei e me libertei...
Não adianta me segurar... Me tornei livre demais para me acorrentar a qualquer idéia, opção ou coração...
Agora para me encarar tem que ser como ou, no mínimo, parecido comigo... Não preciso nem dizer como tem que ser para me convencer a ficar...
E não adianta chorar e espernear... Já deixei de acreditar em teatrinhos...
Para não parecer “malvada”, uma dica eu deixo: tem que ter coragem e simplesmente ser homem suficiente para tal feito...
Quem sabe assim eu fique, e quem sabe a gente pode se entender...
Ou então eu viro as costas e me lanço... Subo no salto, capricho na produção e saio atrás de algo que seja suficiente para mim... E que além de tudo me respeite e admire...
Eu havia esquecido que não nasci para ser uma mulher comum... Nasci para ser eu, mudar os sentidos, o tempo, e me respeitar por tudo isso...
Eu havia esquecido, mas por sorte minha (e azar seu) eu redescobri...
Agora meu bem, é tarde demais...
Não pretendo me esquecer do que sou nunca mais...
Quer vir comigo? Vem!
Tem medo de quem eu sou? Sinto muito, prefiro encontrar alguém mais corajoso pelo caminho...
Não sou difícil, nem arrogante... Só aprendi a me respeitar e entender o valor que tenho...
Cuidado... o tempo é curto! Não feche os olhos, porque eu posso simplesmente sumir e nunca mais você vai me ver...
E ai não adianta gritar, eu já vou estar longe de você, e principalmente bem longe do alcance das suas mãos!
(Cíntia Synderski)

* (texto dedicado a todas as mulheres que se amam e se respeitam, ou seja, para todas as mulheres poderosas de verdade...)




quarta-feira, 7 de julho de 2010

Música: Um dia com o mundo

O que o mundo espera de você
Quais palavras tem que se dizer
Pro sol nascer sorrindo

O que é certo se fazer
Se as diferenças movem o porque
Do nosso caminho

Se tudo é um erro
Se verdade não existe
Pra sociedade que não dá sossego
Pro bem que persiste

Basta apenas ser você
Amar o infinito descobrir que é tão bonito em ser você
(Lucas Botta)

domingo, 4 de julho de 2010

Era só dizer...

Eram tantas palavras e sentimentos, tanto para dizer, mas nem sabia como começar... Olhava aquele papel em branco insinuante, provocante e dolorido. “Como e o que escrever”, se perguntava e ao mesmo tempo sentia que precisava colocar naquele papel as suas queixas, o que lhe apertava o coração (e o estômago) para assim se sentir mais leve, mais tranqüila, quem sabe até mais segura...
Talvez fosse mais simples do que ela imaginava, mas as palavras lhe faltavam, sumiam, e ela apenas olhava aquele papel, que junto com seu coração, pedia que as letras revelassem os seus sentimentos...
Como o simples fato de querer dizer que adora as manhãs de sol, em pleno inverno, que deixam o dia mais alegre...
Queria dizer:
... que adora olhar a lua cheia por horas e vagar por seus pensamentos;
... que chora quando vê alguns filmes ou escuta algumas canções;
... que não superou seus medos, nem largou o jeito quase infantil de demonstrá-los;
... que ainda olha as mesmas fotos só para lembrar-se de alguém;
... sobre os seus dias, sobre seus medos, sobre o que a detém;
... que um sorriso basta para que o dia mude.
Queria dizer todos os gritos do seu coração solitário, mas o silêncio do seu corpo era mais forte, bem mais forte! Ao ponto de complicar o simples e amar o complicado.
De como queria se jogar e te abraçar sem medo, sem pudor... De como queria te segurar pela mão quando você se sente triste e sozinho... ou ainda estar todos os dias ao seu lado, compartilhando os medos, os momentos de ócio, os segredos, a descoberta do outro... Apenas queria olhá-lo pelas manhãs e contemplar o seu sono e rir inocentemente da forma como você dorme...
Queria fazer planos...
De como deseja que você apenas a olhe...
De como deseja que você a perdoe pelo seu modo inconstante de ser ou pelo seu modo insuficiente de ser para você...
Que a perdoe pelo seu modo de te sufocar com medo de te perder, de sufocá-lo por medo de dizer que apenas o quer ali do lado.
Como queria dizer que você a faz sentir que ainda há vida dentro do seu coração e de agradecer por mostrar que ela pode mais que imagina...
Mas ela ainda tem medo de parecer idiota ou de perder o pouco que tem... Ou esse pouco pode ser muito? Muito que ela não enxerga sem você, está na alma dela, na sua essência, que precisa apenas abrir os olhos, pois assim abriria o coração.
Talvez ela ache que você ainda tenha que aprender algumas coisas, talvez crescer um pouco mais. Ou talvez o problema seja ela, que talvez precise perder o medo e se entregar sem pensar nas conseqüências que um “te quero” pode causar, sejam elas boas... Ou ruins. Quem sabe deveria pensar que juntos se pode compreender e amar, superar todas as dores e tampar todas as feridas, e assim olhar para trás e saber que o medo foi superado e que a partir de agora isso será encarado a dois.
E talvez aquele empecilho - de não saber como começar o texto – seja apenas uma maneira de ter a certeza de como vai terminar.

(Cíntia Synderski com pitacos de Lucas Botta)