... Eu to saindo, me libertando de mim mesma!
Me larga e deixa eu andar descompassada, com os pés descalços...
... Eu quero gargalhar sem ser repreendida, e vestir qualquer roupa sem ter que encarar contra-elogios...
Me deixa...
... Cantarolar pela rua, encarar a lua e ir dormir quando o sol nascer...
... Atrasar as minhas contas, os meus horários...
... mudar os meus clichês, meus cabelos...
... por os pingos nos “is”, escrever sem respeitar a gramática ( e a lógica)...
Deixa eu me encontrar...
Deixa eu me divertir com quem eu mesma criei... Olhar para minha outra e rir, porque agora eu me (re) encontrei e me libertei...
Não adianta me segurar... Me tornei livre demais para me acorrentar a qualquer idéia, opção ou coração...
Agora para me encarar tem que ser como ou, no mínimo, parecido comigo... Não preciso nem dizer como tem que ser para me convencer a ficar...
E não adianta chorar e espernear... Já deixei de acreditar em teatrinhos...
Para não parecer “malvada”, uma dica eu deixo: tem que ter coragem e simplesmente ser homem suficiente para tal feito...
Quem sabe assim eu fique, e quem sabe a gente pode se entender...
Ou então eu viro as costas e me lanço... Subo no salto, capricho na produção e saio atrás de algo que seja suficiente para mim... E que além de tudo me respeite e admire...
Eu havia esquecido que não nasci para ser uma mulher comum... Nasci para ser eu, mudar os sentidos, o tempo, e me respeitar por tudo isso...
Eu havia esquecido, mas por sorte minha (e azar seu) eu redescobri...
Agora meu bem, é tarde demais...
Não pretendo me esquecer do que sou nunca mais...
Quer vir comigo? Vem!
Tem medo de quem eu sou? Sinto muito, prefiro encontrar alguém mais corajoso pelo caminho...
Não sou difícil, nem arrogante... Só aprendi a me respeitar e entender o valor que tenho...
Cuidado... o tempo é curto! Não feche os olhos, porque eu posso simplesmente sumir e nunca mais você vai me ver...
E ai não adianta gritar, eu já vou estar longe de você, e principalmente bem longe do alcance das suas mãos!
(Cíntia Synderski)
* (texto dedicado a todas as mulheres que se amam e se respeitam, ou seja, para todas as mulheres poderosas de verdade...)