domingo, 20 de maio de 2012

Eu menti...


Enquanto te relatava minhas fragilidades, enquanto mostrava o que sentia... meus medos e minhas manias de perseguição...
Quando dizia que te admirava e que você era alguém especial...
Eu menti quando me fiz de forte, destemida e corajosa...
Quando saltei num vazio, sem medo de chegar ao chão...
Eu menti, menti e menti...
Sem pensar mais de uma vez, sem pestanejar, sem relutar...
Menti de forma inescrupulosa, sem pudor, sem peso na consciência...
Menti para que você mentisse para mim...
Me contasse o que você não é e o que você sente, ou melhor, finge sentir...
Nós mentimos um para o outro, nós nos enganamos...
É tudo uma grande mentira...
São apenas palavras... É mentira em sua mais inescrupulosa forma, mas em seu formato mais perceptível...
Independente do que vivemos nós mentimos para nos entregar e, em caso de rejeição, podermos dizer que mentimos apenas e dessa forma ficarmos livres... Para não nos sentirmos manipulados e nem menores...
Somos grandes e seguros demais...
Por isso mentimos... Para não perder a pose, muito menos o suposto poder que exercemos um sobre o outro...
E se for para ser assim eu continuo mentindo... Só para ter momentos de riso com você, para termos abraços carinhosos em dias de frio e para podermos apenas nos olhar e nos entender sem nenhuma palavra...
Eu minto só para ter a certeza de que nas entrelinhas da nossa mentira se esconde a mais pura verdade que nós insistimos em esconder...

*Texto que estava guardado a alguns anos... o inédito ( que estava escrevendo mas me fizeram perder a empolgação no meio da minha inspiração) deve estar aqui em breve... =D