Enquanto te relatava minhas
fragilidades, enquanto mostrava o que sentia... meus medos e minhas manias de
perseguição...
Quando dizia que te admirava e
que você era alguém especial...
Eu menti quando me fiz de
forte, destemida e corajosa...
Quando saltei num vazio, sem
medo de chegar ao chão...
Eu menti, menti e menti...
Sem pensar mais de uma vez,
sem pestanejar, sem relutar...
Menti de forma inescrupulosa,
sem pudor, sem peso na consciência...
Menti para que você mentisse
para mim...
Me contasse o que você não é e
o que você sente, ou melhor, finge sentir...
Nós mentimos um para o outro,
nós nos enganamos...
É tudo uma grande mentira...
São apenas palavras... É
mentira em sua mais inescrupulosa forma, mas em seu formato mais perceptível...
Independente do que vivemos
nós mentimos para nos entregar e, em caso de rejeição, podermos dizer que
mentimos apenas e dessa forma ficarmos livres... Para não nos sentirmos
manipulados e nem menores...
Somos grandes e seguros
demais...
Por isso mentimos... Para não
perder a pose, muito menos o suposto poder que exercemos um sobre o outro...
E se for para ser assim eu
continuo mentindo... Só para ter momentos de riso com você, para termos abraços
carinhosos em dias de frio e para podermos apenas nos olhar e nos entender sem
nenhuma palavra...
Eu minto só para ter a certeza
de que nas entrelinhas da nossa mentira se esconde a mais pura verdade que nós
insistimos em esconder...
*Texto que estava guardado a alguns anos... o inédito ( que estava escrevendo mas me fizeram perder a empolgação no meio da minha inspiração) deve estar aqui em breve... =D