segunda-feira, 13 de junho de 2011

Audiência com Santo Antonio


Depois de mais um dia dos namorados sozinha, Maria decidiu que queria uma audiência com aquele denominado de santo casamenteiro. Na data marcada, foi até aquele que considerava o culpado de tudo e como uma louca esbravejava:

- Mas eu pedi um namorado!

E o santo retrucava:

- Mas eu te enviei mais de vinte pretendentes em menos de um ano

- 20?! Hahaha... 20 que não prestam!

- Não prestam?

- É não prestam!

- Mas por quê?

- Porque sempre há algo que não dá certo, sabe santinho... Não rola aquela química, entende?

- Aham, química, sei... Mas eu sempre mandei o que você pedia: alto, atlético, inteligente, cheiroso, carinhoso e todo aquele blá-blá-blá que você diz sempre...

- Blá- blá- blá?! Você é muito atrevido...

- Eu?! Você me pediu e eu te enviei o João...

- Ele não sabia dirigir!

- E o José?

- Não sabia cozinhar!

- Ernesto?

- Velho demais....

- Davi?

- Novo demais...

- Cristovão?

- Lindo, mas tinha mania de me corrigir!

- Silvio?

- Não era bom o suficiente “naquilo”...

-“Naquilo”?

- Ih, isso é coisa que santo não sabe...

- Ai esses humanos... Mas e o Timóteo?

- Ah só sabia me dizer que me amava e que eu era linda, sabe era enjoativo demais...

- Mas espera ai, que tipo de homem você quer?

- O homem perfeito!

- Perfeito?! Xi, isso não posso te dar...

- Mas como não? Afinal você é o santo casamenteiro! Eu já te coloquei de cabeça para baixo, já te mergulhei na água, na farinha, já engordei quilos te procurando em um bolo, já roubei Jesus do seu colo e você me diz que não pode me dar o homem perfeito?

- É...

- Mas por quê?

- Porque o homem perfeito não existe!

- Não? Como assim?

- Não existe e mesmo que existisse ele não..., o santo respirou fundo deixando Maria ainda mais agoniada.

- Ele não?

- Ele não te suportaria com tantas exigências... E agora acabou essa audiência, vai em paz minha filha!

- Espera ai... Como assim? Volta aqui seu santinho abusado... Ei, eu estou falando com você... Volta...


Moral da História: Não exija a perfeição de alguém quando você próprio não a possui.


( Cíntia Synderski)


sexta-feira, 10 de junho de 2011

O feliz dia dos (sem) namorados...

*Esse texto foi publicado ano passado em um portal no qual eu tinha uma coluna

Para mim (e para milhares de pessoas) sábado foi um dia normal... Um dia comum onde a gente tenta descansar, se prepara e se organiza para o domingo. Mas nesse último sábado havia algo diferente no ar : era dia dos namorados. Bastou lembrar isso para eu não querer sair da cama (além do frio que me fazia atrasar cada vez mais meu “pulo” para fora das cobertas).Eu só pensei: e eu aqui solteira...(rs)

Levantei rindo da minha própria bobice, mentalizei um “Bom dia, dia!”, troquei rapidamente de roupa e dei seqüência normal ao meu sábado, mas o meu diferencial do dia se resume em uma frase que escutei por aí: “Se o dia é dos namorados, a noite é dos solteiros!” Aproveitei o dia festivo, cortei os cabelos, pintei as unhas, caprichei na roupa e na maquiagem, subi no salto e com as melhoras companhias que alguém pode ter, me joguei na nigth. Isso com o simples objetivo de me divertir! Dancei, ri, conversei, vi gente diferente, ri mais um pouco (e pelos mais variados motivos). Cheguei em casa de madrugada, rindo das situações diversas, cansada, pés doloridos e feliz...

E fiquei pensando no que havia (com o perdão da redundância) pensado pela manhã e cheguei à conclusão de que eu havia tido um feliz dia dos namorados sem um. Nada contra quem tem um ‘parzinho’, mas eu acho que não tenho tanta sorte assim e sei que não sou a única. Aliás, essa é a principal vantagem: saber que você está sozinha sem estar sozinha, que há mais pessoas na mesma situação que você. E isso acaba se tornando ainda mais engraçado e mais leve.

Poderia escrever sobre várias facetas que envolvem o dia dos namorados, sentimentos, relacionamentos, mas acredito que cada um tem a sua hora de encontrar alguém, de achar seu parzinho, ou como diz a minha mãe de “encontrar a tampa da sua panela.” O dia dos namorados é apenas pretexto talvez para os casais lembrarem que são casais e os solteiros que são livres. Mas não há motivo para tristeza ou desdém, cada um sabe a sua hora, sente quando é a pessoa certa... Basta apenas viver e entregar o coração aos encantos do destino...

(Cíntia Synderski)